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O efeito halo - como ele influencia nas escolhas que fazemos


reunião de pessoas e o efeito halo

Você já se perguntou por que algumas entrevistas de emprego parecem resultar em contratações baseadas apenas na primeira impressão? Bem-vindo ao mundo do "efeito halo".


O efeito halo é um viés cognitivo que influencia nossa percepção de uma pessoa com base em uma única característica ou impressão. Em processos de seleção de emprego, isso pode levar a decisões de contratação injustas e prejudiciais, onde candidatos são avaliados de forma desigual.


O efeito halo é a tendência que temos em analisar, julgar e escolher utilizando inconscientemente um viés. Quando temos que escolher uma pessoa para assumir um cargo ou participar de um projeto importante na empresa, esse viés pode interferir na escolha. E isso pode levar a decisões precipitadas e erros de julgamento.


O que você vai encontrar neste post


Como fazemos escolhas

Quando fazemos escolhas de um produto avaliamos o objeto sob nossas preferências pessoais de cor, tamanho, brilho, textura, recursos e preço. Quando ficamos amigo de alguém geralmente encontramos algumas afinidades com essa pessoa.


No mundo corporativo também temos padrões cognitivos de seleção. Aquela pessoa simpática, alta e bonita parece ser mais inteligente, capacitada e ter atributos positivos de caráter. Mas ao concluirmos isso estamos fazendo associações inconscientes que podem não ser justas com os demais.


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Viés cognitivo nas escolhas

Um viés cognitivo é uma tendência ou padrão particular de análise na qual damos um peso desproporcional a uma determinada característica como simpatia, afinidade ou beleza, desconsiderando ou dando menor peso ao restante das informações disponíveis. Desta forma podemos distorcer generalizar e até o omitir partes do que estamos percebendo. Por exemplo, quando associamos pessoas bonitas e simpáticas à atributos positivos de caráter e competência.


A primeira impressão é a mais importante?

Certamente você já ouviu falar que a primeira impressão é que conta. Parece um clichê ou uma crença popular. Porém, quem teorizou esse pensamento foi o psicólogo polonês Solomon Eliot Asch, pioneiro em psicologia social.


Segundo o psicólogo, formamos nossas opiniões a respeito das pessoas a partir das primeiras impressões. Uma primeira impressão positiva faz muita diferença em ambientes corporativos e de negócios. Enquanto uma primeira impressão negativa pode ser péssima. Em entrevistas de emprego, processos de ascensão, nos relacionamentos sociais e nos negócios, a primeira impressão pode ser determinante para o sucesso ou fracasso.


Os estudos de Ash foram inspirados nas teorias de Edward Thorndike, Psicólogo americano que fez experimentos nas forças armadas americanas durante a primeira guerra mundial. Nos seus estudos, Thorndike identificou fortes evidências de uso de alguns vieses ou tendências de escolha por alguma determinada característica física dos soldados para missões. Foi neste estudo que o termo “Efeito halo” foi criado.

O que é o efeito halo

O efeito halo é a possibilidade de julgar ou analisar uma pessoa sob um viés cognitivo. Uma tendência desproporcional a favor de uma determinada característica. Como por exemplo, julgar alguém pela simpatia, colocando nessa característica um valor desproporcional e por associação tirar conclusões muitas vezes precipitada e julgamentos errados.


O efeito halo no mundo corporativo

O efeito halo influencia a maneira como percebemos as pessoas no ambiente de trabalho. Nosso cérebro identifica sinais quase imperceptíveis interpretando como traços de personalidade que nos agrada.


Nos estudos Edward Thorndike ele identificou fortes correlações entre aparência física e inteligência, caráter e liderança. Ao ver uma pessoa com atributos físicos atraentes, a mente por associação acredita que a pessoa possui outra qualidades que valoriza.


O efeito halo foi objeto de vários estudos. Algumas conclusões são bem interessantes. Como a influência dos atributos físicos sobre o julgamento em tribunais de justiça. Os estudos indicaram que os jurados sentem dificuldade de acreditar na culpa de uma pessoa bonita que cometeu comportamentos criminosos.


Como evitar viés em processos de seleção

Ao adotar essas práticas, podemos criar processos de seleção mais justos e equitativos, garantindo que os candidatos sejam avaliados com base em suas habilidades e méritos, em vez de características superficiais ou impressões subjetivas. O resultado? Equipes mais diversas, produtivas e inclusivas, prontas para enfrentar os desafios do mundo empresarial de hoje.


  • Consciência: Reconhecer a existência do efeito halo é o primeiro passo para evitá-lo. Ao estar ciente desse viés, os recrutadores podem estar mais alertas para suas próprias tendências de avaliação.

  • Critérios de avaliação claros: Estabelecer critérios claros e objetivos para a avaliação dos candidatos ajuda a manter o foco nas habilidades e qualificações necessárias para o cargo, em vez de características subjetivas. Avalie os candidatos com base em critérios específicos e relevantes para o cargo, em vez de depender de impressões gerais ou da primeira impressão.

  • Entrevistas estruturadas: Utilizar entrevistas estruturadas, com um conjunto definido de perguntas e critérios de avaliação, ajuda a minimizar a influência de preconceitos pessoais e a garantir uma avaliação mais consistente.

  • Diversidade de avaliadores: Envolva múltiplos entrevistadores no processo de seleção, de diferentes origens e perspectivas, para mitigar a influência de qualquer viés individual.

  • Avaliação baseada em evidências: Procure por evidências concretas e exemplos específicos ao avaliar os candidatos, em vez de depender apenas de impressões gerais ou intuições.

  • Feedback e aprendizado contínuo: Fornecer feedback aos entrevistadores sobre a importância de evitar o efeito halo e oferecer oportunidades de treinamento e desenvolvimento contínuos pode ajudar a melhorar a qualidade do processo de seleção ao longo do tempo.


Mais 5 maneiras de evitar o efeito halo em processos seletivo


1. Padronização

Utilize um conjunto consistente de perguntas e critérios de avaliação para todos os candidatos, minimizando assim a influência de preconceitos inconscientes.


2. Treinamento de entrevistadores para evitar o efeito halo

Garanta que os entrevistadores estejam cientes do efeito halo e treinados para reconhecê-lo, permitindo uma avaliação mais justa e precisa dos candidatos.


3. Foco em competências

Baseie as avaliações nos conhecimentos, habilidades e experiências relevantes para o cargo, em vez de se deixar influenciar por características pessoais ou impressões subjetivas.


4. Revisão independente

Considere envolver mais de uma pessoa na tomada de decisão final, permitindo uma revisão independente das avaliações e reduzindo assim a probabilidade de viés.


5. Questionamento crítico

Encoraje os entrevistadores a questionar suas próprias impressões e a buscar evidências concretas para apoiar suas avaliações, em vez de confiar apenas em impressões intuitivas.



Pessoas bonitas ganham mais?

Outro estudo demonstrou que alunos mais bonitos recebem mais atenção na escola dos professores e colegas e que isso pode gerar uma diferença na qualidade da formação dessas crianças em prejuízo das outras.


Em eleições também se constatou que os candidatos mais belos têm mais simpatia dos eleitores. Outro estudo nos Estados Unidos com alunos de MBA demonstrou uma diferença entre 10% a15% nos salários dos alunos mais bonitos em relação aos demais. Isso pode ser resultado do efeito cumulativo de situações positivas e a quantidade de oportunidades que essas pessoas receberam.


Como lidar melhor com o efeito halo

Não podemos eliminar totalmente essa interferência em processos de escolha. Seja para conquistar um cargo, para participar de projetos, ascensão, ou em análise de desempenho. O que podemos fazer é conhecer essa variável e tentar usá-la de forma positiva. Só em conhecer esse tema, já é uma vantagem para o profissional que busca algo mais em sua carreira.


Outras maneiras de usar o efeito halo de forma favorável é treinar a simpatia, desenvolver a inteligência emocional, investir em networking e buscar passar sempre uma boa primeira impressão.


Nos tempos atuais, onde através das redes sociais, todos sabem da vida de todos, é importante atentar para o que estamos postando. Cuidados com a saúde, com o corpo, e com o intelecto também podem provocar uma ótima impressão.



Espero que tenha gostado deste tema. Se gostou, compartilhe!


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